DÚVIDAS CABEÇA EXTRA: Como era feito o Harakiri?

COMO ERA FEITO O HARAKIRI?
Esse ritual japonês de suicídio era todo cercado por regras e cerimônias. Os grandes guerreiros que o realizavam se preparavam com banhos de purificação, escreviam poemas e até contavam com testemunhas. O ato visava, na maioria das vezes, reparar a honra do suicida, manchada, por exemplo, por alguma conduta indigna. Em japonês, o termo haraquiri significa algo como "cortar a barriga" e é uma formar vulgar de se referir ao seppuku ("cortar o ventre"), a expressão mais nobre para esse tipo de suicídio. O ritual fazia parte do código de ética dos samurais, grandes guerreiros nipônicos do passado. No chamado período feudal, entre os séculos 12 e 19, o Japão foi governado por grandes proprietários de terras, conhecidos como daimiôs, que costumavam ter um exército particular, composto por samurais. Estes eram muito habilidosos com a espada, virtuosos e só podiam servir a um único daimiô na vida. Assim, não era incomum que, quando um mestre morresse, o samurai resolvesse segui-lo. "Um ditado samurai diz: ‘Perca a honra e a vida também estará perdida’. Além da honra, o seppuku era uma maneira de demonstrar a lealdade a seu senhor e acompanhá-lo no além-morte", diz o especialista oriental na arte de espadas Jorge Kishikawa, fundador do Instituto Cultural Niten, em São Paulo. O ritual podia ser feito no campo de batalha, para evitar a captura pelo exército inimigo, ou de forma mais cerimoniosa, com o suicida se preparando previamente para a morte. O primeiro seppuku de que se tem registro é do ano 1170, quando o samurai Minamoto Tametomo se suicidou atirando-se sobre sua própria espada, após a derrota para um clã rival. Já o último ritual famoso aconteceu em 1970 e foi feito pelo grande escritor japonês Yukio Mishima, três vezes indicado ao prêmio Nobel de literatura.

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Na livraria:
Musashi, Eiji Yoshikawa e Leiko Gotoda, Estação Liberdade, 1999
Confissões de uma Máscara, Yukio Mishima, Companhia das Letras, 2004

Na internet: www.niten.org.br/musashi

Fonte: Revista Mundo Estranho

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